O DC Black Label da DC Comics contará histórias fora da continuidade principal com premissas mais maduras
A receita parece simples: pegue os personagens mais populares da DC Comics, junte com alguns dos melhores criadores atualmente envolvidos com a empresa, jogue a continuidade pela janela e veja no que dá. É com esta ideia que a DC Comics lança seu novo selo, o DC Black Label.
A Trindade
Os primeiros títulos da DC Black Label contarão novas histórias dos carros chefes da empresa. A trindade composta por Batman, Superman e Mulher-Maravilha que terão projetos desenvolvidos por Frank Miller, John Romita Jr., Scott Snyder, Greg Capullo, Kelly Sue DeConnick, e John Ridley.
O novo selo será lançado nos EUA em Agosto com a estreia de Superman: Year One (Superman: Ano Um), uma série em três partes. Mark Doyle, o editor executivo da Vertigo, o selo adulto da DC Comics irá supervisionar a produção da DC Black Label.
“O DC Black Label vai oferecer aos escritores e artistas de qualquer indústria a oportunidade de contar histórias definitivas da DC, sem as restrições da continuidade principal,” disse Doyle no anúncio oficial para o Hollywood Reporter. “Nós estamos cuidadosamente elaborando histórias que se enquadram na visão da equipe criativa. Todos estes criadores são mestres. Estou super animado de trabalhar em uma história da Mulher-Maravilha com Kelly Sue e Phil, ajudar John a trazer à luz sua visão da história alternativa do universo DC e reunir alguns dos melhores talentos que trabalharam no Batman na indústria.”
Referências
No anúncio oficial, a DC Comics informou alguns títulos que foram cruciais como influência para elaboração da premissa do DC Black Label. Entre eles, Batman: O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, DC: A Nova Fronteira de Darwyn Cooke , Batman: A Piada Mortal de Alan Moore e Brian Bolland, e Watchmen, também de Moore com Dave Gibbons. Com a exceção, até pouco tempo atrás, de Watchmen, todas estas histórias são contadas fora da continuidade central da editora.
Segundo Jim Lee, co-editor da DC Comics, a lição que estas séries trouxe foi o sucesso comercial e de crítica que obras com maior liberdade criativa podem trazer. Abaixo, os títulos já anunciados da DC Black Label.
Superman: Year One
Homenageando o 80º aniversário do Homem de Aço. A saga contará a origem definitiva do personagem, com novas revelações que irão reposicionar os momentos mais marcantes da história do Superman – da fuga de Kal-El de Krypton, para a infância de Clark Kent no Kansas, para sua inevitável ascensão como o super-herói mais poderoso e inspirador de todos os tempos.
O projeto será escrito por Frank Miller (Batman: O Cavaleiro das Trevas, Batman: Ano Um, Sin City), que também marca o primeiro projeto do Superman pelo autor, e ilustrado por John Romita Jr. (Superman, All-Star Batman).
Batman: Last Knight on Earth (Batman: Último Cavaleiro na Terra)
Batman acorda em um deserto. Ele não sabe que ano é ou como a cabeça do Coringa está viva em uma jarra ao seu lado. É o começo de uma jornada totalmente diferente de tudo que o Cavaleiro das Trevas já enfrentou. Neste futuro estranho, os vilões triunfaram e a sociedade abandonou o fardo dos códigos de ética. Lutando para sobreviver enquanto busca respostas, Bruce Wayne descobrirá a verdade sobre seu papel neste novo mundo, e assim começa a última história que será contada do Batman.
O projeto terá roteiro e arte de Scott Snyder e Greg Capullo, o time que desenvolveu o título do Batman no Novos 52 que foi extremamente bem recebido pela crítica e público e atualmente escreve a saga Dark Nights Metal do personagem.
Batman: Damned (Batman: Condenado)
Em uma ponte deserta em Gotham, um corpo é encontrado. Sussurros anunciam a notícia: o Coringa está morto. Mas seria isto um sonho realizado ou um pesadelo prestes a nascer? Agora, Batman e o mago fora da lei da DC Comics, John Constantine, precisam buscar a verdade na dimensão infernal por trás de Gotham City. O lado sobrenatural da cidade está repleto de pistas sobre a identidade do assassino, mas a descida do Cavaleiro das Trevas neste horror irá testar sua sanidade e os limites da racionalidade quando ele enfrentar um terror que não usa máscara.
A obra terá roteiro de Brian Azzarello (Mulher-Maravilha Novos 52, 100 Balas) e arte de Lee Bermejo (Luthor, Batman: Noel). A dupla colaborou em diversos títulos como Coringa, Luthor: Homem de Aço, e Batman/Deathblow.
Wonder Woman Historia: The Amazons (Mulher-Maravilha Historia: As Amazonas)
Um épico inspirado na saga de Homero que irá explorar a história perdida das Amazonas e a ascensão da Rainha Hipólita ao poder. Com monstros e mitos, esta série em três edições contará a saga completa da criação das Amazonas até o naufrágio de Steve Trevor na costa de Themyscira, mudando o mundo para sempre.
A história será escrita por Kelly Sue McCormick (Supergirl, Bitch Planet) e terá arte de Phil Jimenez (Crise Infinita).
Wonder Woman: Diana’s Daughter (Mulher-Maravilha: A Filha de Diana)
Já se passaram 20 anos desde que o mundo parou de olhar para os céus em busca de esperança, ajuda ou inspiração. Agora o mundo olha apenas para baixo, e as entidades em poder pretendem manter as coisas exatamente como estão. Em meio a uma resistência quebrada e derrotada, uma jovem mulher busca reconquistar aquilo que foi esquecido, e na jornada, aprender a verdade sobre si própria, sua herança e seu destino.
A história terá roteiro de Greg Rucka (Mulher-Maravilha: Renascimento, Mulher-Maravilha: Hiketeia e Batwoman), nenhum artista foi anunciado.
The Other History of the DC Universe (A Outra História do Universo DC)
Uma série literária que irá analisar momentos icônicos da história da DC Comics e vitórias sociopolíticas sob a perspectiva de personagens da editora que vieram de grupos privados de direitos, como o Lanterna Verde John Stewart, Vixen, Supergirl, Katana, Rene Montoya, Extraño (o mago criado como contra-partida do Doutor Estranho da Marvel e personagem LGBQT+), entre outros. No centro da trama, a história irá falar da vida destes personagens por trás das máscaras e seus esforços para superar questões reais de racismo e preconceito. Não é sobre salvar o mundo, mas sim ter a força de ser quem você realmente é.
O projeto é de John Ridley, o roteirista por trás do filme 12 Anos de Escravidão. O projeto foi anunciado há algum tempo e agora migrou para o selo DC Black Label.
Até a próxima!
Editor-chefe da Freakpop. Adora cinema, mas odeia a palavra cinéfilo. Leu quadrinhos demais na vida e tem uma capacidade muito limitada de entender a realidade. Tudo que não explica com Máquina Mortífera, explica com Highlander. Sabe tudo sobre Soul Reaver e Crônicas de Gelo e Fogo. Seu signo é estegossauro.